terça-feira, 16 de março de 2010

Togo: Monarquia democrática?

Gnassingbé Eyadéma dirigiu o Togo durante 38 anos. Faure Gnassingbé, seu filho ocupou a cadeira, por indicação de militares, assim que o seu progenitor morreu a cinco de Fevereiro de 2005. Com as eleições de 4 de Março, o presidente renovou um segundo mandato. Gnassingbé Eyadéma, que foi militar ao serviço da França, chegou ao poder depois de um golpe de Estado em 1967, altura em que acabou com a oposição no país.
Na altura do pai, as eleições tinham lugar, tanto é que Gnassigbe venceu em três presidenciais, mas a bandeira da democracia não era tão visivel como hoje. Tanto é que a força das armas sempre estiveram acima do bem e do mal. Hoje, com eleições ou democracia, a dinastia Gnassingbé ainda tem formas de se perpetuar no poder.
A primeira não dá para prever um golpe de Estado no Togo porque o presidente eleito só está no poder devido ao apoio militar. Se este apoio está em pé, depois de cinco anos, então quem o derrubará do poder? A menos que uma parte dos miliatres esteja descontente.
Por isso talvez este seja um dos raros casos em que a crise não desembocará no golpe. Afinal a oposição togolesa é apenas de consciência. Não tem apoio de quem pode com acção mudar situações...
O pai foi um dos homens que mais tempo ficou no poder no mundo, provavelmente, também, pela forma como conseguiu o poder: através do derrube do poder, forma intimidatória também. 
A lista de golpes de Estado em África é extensa, desde a decada de 60 cerca de 28 derrubes de poder aconteceram. Dez anos depois do florescimento das independências no continente houve um Boom de golpes, mas nada se compara aos finais da decada de 90. Só em 1999 o Niger, Comores, Guiné-Bissau e Costa do Marfim viveram isso.
Mais sobre o assunto para ler em: http://forum.angolaxyami.com/ultimas-noticias-de-africa/10606-golpes-de-estado-praticados-na-africa-dede-1960-terra-noticias.htmlA este período só se compara o tempo em que vivemos com cerca de 4 golpes em cerca de dois anos e meio: Mauritânia, Guiné-Bissau (novamente), Guiné-Conacry e Niger.
Mas o interessante é que parece que os golpes reacendem no mesmo campo da democracia, que está no auge. Nestes casos os intrumentos ao serviço da democracia aparecem como a solução aos golpes de Estado, ou seja, garantem a restituição a ordem anterior. Mas nos casos de perpetuação de dinastias de poder através da democracia não há um antídoto.
Será momento para uma revisão deste conceito ou...

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