segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Avatar: a perfeita simbiose entre o real e a fantasia?

"Põe o Avatar pai", ouvi o meu filho dizer ao pai pelo menos uma vez por semana. Isso aguçou a minha curiosidade, já a quando da premiação do filme fiquei com vontade de ver, agora com o interesse do meu filho mais ainda. E tive a confirmação de que o pequeno gostava do filme pelo lado fantasioso bastante explorado no filme; florestas mágicas, com medusas incandescentes flutuantes, lagoas de um azul de propaganda de agência de viagens, animais selvagens "mais" evoluídos, etc.
Assumo que até eu que não me deixo contagiar muito pelos excessos me permiti entrar para aquele mundo de sonho.
Só que a história encoberta por aquela fantasia é real e dura de mais.
O realizador aborda de forma objectiva e frontal a colonização no futuro. Uma colonização semelhante há que foi feita há mais de cinco século e permanece hoje. NADA MUDOU NA ACTUAÇÃO.
Por exemplo, os ocupantes de Pandora, os humanos, chamam os povos do outro planeta de selvagens, macacos azuis... (até agora eles fora pretos, não?) e desejam o seu unobteinum, mineral que custa 22 milhões de dólares o kg. Para não falar de pesquisadores que sempre fazem questão de se inserir no meio dos nativos para melhor entende-los, mas desta vez não eram antropólogos...
Do lado dos Omaticayas, os habitantes de Pandora, está lá bem representada a sabedoria dos povos africanos e índios, e talvez de outros que nalgum momento foram subjugados. Foi um evidenciar imparcial das duas faces de uma moeda.
Por exemplo, ouve-se um omaticaya dizer: "O povo do céu não aprende o que nunca poderá entender." ou "É difícil encher uma taça que já está cheia". E mais interessante ainda foi ver uma Omaticaya chamar o ocupante de "Scoun", ou idiota. E quando o realizador coloca o Homem, pela primeira vez, na condição de "extra-terrestre"...
Mas outras coisas ainda me chamaram atenção: o facto dos habitantes de Pandora se assemelharem muito a algumas tribos africanas, principalmente aos Zulos, as tranças corridas com missangas das mulheres,o forte sotaque dos Omaticayas quando falavam a língua do extra-terrestre,o Inglês, recordei-me também dos povos do Sul de África. Por exemplo: "What arre you call?"
No meio do retrato de uma tragédia o realizador consegue ser cómico, mostra o Jake, o terreno "bom" a tirar a tanga da "reunião" depois de ter sido aceite na comunidade Omaticaya...
E outra frase que é actual em todos os momentos que registei do filme foi: "Quando as pessoas tem o que vocês querem é só fazer deles um inimigo. Então podem sacar a força."
Podemos vaticinar que assim será o mundo para sempre?
Alguma vez se obtem o "unobtainum"?
No filme pelo menos o fim foi eufórico, o bem venceu o mal.
E voltamos a príncipio?
A fantasia que atrai o meu filho ou a esperança que renasce sempre nos humanos?

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