quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EUA, França e as suas (ex)colónias africanas

Na crise política que a Costa do Marfim vive, para além das grandes organizações internacionais, dois países tem se destacado na pressão para que Alassane Ouattara seja o presidente do país, satisfazendo a vontade do povo que assim o escolheu em escrutínio. São eles a França e os Estados Unidos da América. O presidente francês, apelou a Laurent Gbabo para abandonar o poder. De acordo com a LUSA Nicolas Sarkozy disse à jornalistas durante uma visita que fazia a Índia, depois de ter falado ao telefone com Gbagbo, "Cabe-lhe escolher que papel quer ter na história. Ele deve entregar o poder ao Presidente que foi eleito".
Intriga-me muito a relação que a França mantém com as suas ex-colónias africanas, e principalmente o poder que este país ainda tem sobre elas. Caso semelhante já não se vê, por exemplo, com Portugal e as suas ex-colónias, por motivos que não são chamados para este contexto...
A França, que ocupou grande parte da África Ocidental, muitas vezes tem o seu nome associado as grandes crises políticas dessa região, a situações de golpes de Estado, alianças com grandes generais africanos por si treinados, etc. Para provar isso, existiu Bob Denard a mão da direita francesa em África para as soluções mais drásticas, ele era o mercenário da França. Saiba quem foi este homem em:
http://www.voanews.com/portuguese/news/a-38-2007-10-14-voa1-92233729.html
Po exemplo, na crise da Guiné Conacry de 2009 a França foi acusada de ter metido a mão na tentativa de assassinato de Dadis Camará, o golpista militar que acabou por se exilar "forçadamente" no Burkina Faso. E quem tomou as redeas do país foi o general Sekouba Konaté, militar treinado pelos americanos  que tem recebido todo o apoio dos EUA, na verdade tratado na "palminha" pelos "gringos", mas em contrapartida a "bandeira da democracia" defendida pelos americanos está a firmar-se na terra do bauxita. Aqui também a França e os EUA

Parceria França- EUA
Na "saga"  Wikileaks, algumas informações "jánãosecretas" mostram que a França é o alicerce dos Estados Unidos em África. Uma das informações divulgadas pela LUSA esta semana é a seguinte: "França/África -- Rémy Maréchaux, antigo conselheiro para a África do presidente Nicolas Sarkozy, considerou que algumas cláusulas secretas de acordos feitos nos anos 60 entre a França e as suas ex-colónias africanas
deviam ser revistas devido a disposições "absurdas" e "ridículas", de acordo com diversos telegramas da embaixada norte-americana em Paris. Um documento de 25 de janeiro deste ano considera que "a França é um dos maiores aliados (dos EUA) em África". 
E facilmente se entende porque os dois países da "liberdade" esforçam-se para dominar a África Ocidental, região riquíssima em recursos energéticos, cujo maior  consumidor mundial é os EUA. A região ocidental africana é um barril de pólvora por questões internas, motivadas também por interesses pelos recursos naturais. Por isso a França vai precisar sempre de um Bob Denard em África... Afinal alguém tem de sujar as mãos...

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