quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

STP: O cacau do absurdo

No país do cacau o chocolate não é para o bolso de qualquer um, é muito caro, contou-me uma são-tomense. Um pequeno chocolate do nível "Toblerone" pode custar cerca de dois Euros e meio, um verdadeiro rombo para gente baixa renda, como por exemplo o plantador de cacau. Este não pode ter acesso ao resultado final do seu trabalho, embora não acredite que essa seja a sua principal preocupação, quando existe o pão para comprar, as propinas dos filhos, etc Mas seria bom, não?

Já em países desenvolvidos, onde existe muita gente de rendas médias e altas, o mesmo chocolate custa metade do preço. Não deixa de ser absurdo que África continue AINDA a ser apenas a fonte de matérias primas, nos moldes "primitivos" do tempo colonial e o produto acabado continue a ser vendido no continente a preços exorbitantes.

Entretanto, o chocolate faz as delícías dos povos desenvolvidos, dá fama e dinheiro, através do turismo, a cidades como Bruxelas, Brugge e outros lugares. Diz-se que a Alemanha é um dos maiores consumidores de chocolate do mundo, os franceses não ficam muito longe.

São Tomé e Príncipe já foi o maior produtor de cacau do mundo, e o seu cacau ainda tem fama pela qualidade, agora só produz duas mil toneldas por ano que são vendidas também a médios e grandes empresários do país a preços ditados pelo mercado internacional, que como se sabe são geralmente baixos. Por exemplo, muitos são-tomenses não sabem para que fábrica internacional o seu cacau é vendido. No país só existe uma fábrica artesanal, de um italiano, que segundo a minha fonte são-tomense, o chocolate nela produzido não é para o bolso do comum cidadão.

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